Entre os dias 18 à 21 de julho, estivemos no 11º Mutirão de Comunicação, que reuniu comunicadores católicos de todo o Brasil para debater a comunicação nas relações da Igreja Católica, a sociedade atual e a cultura contemporânea.
No segundo dia do evento assistimos à palestra da professora Ma. Luciana Serenini, que trouxe importantes provocações e propostas relacionadas a construção de uma comunicação cotidiana que gere engajamento entre os fiéis.
Por isso, resolvemos trazer neste texto essas provocações aprofundadas, pois sabemos que podem ser úteis para muitos comunicadores da Igreja. Continue a leitura!

Curtidas não significam engajamento
Faz algum tempo que os profissionais que produzem conteúdo para mídias sociais perceberam que apenas o número de likes em conteúdos não significa por si só uma conversão importante.
Isso ocorre porque muitas pessoas têm o hábito de curtir publicações, o que não significa que essa pessoa é engajada com o conteúdo daquela página. O maior valor para quem produz conteúdo está naquelas pessoas que se identificam com ele, o buscam com frequência, interagem com ele com opinião e, em alguns casos, até o defendem.
Seu conteúdo tem curtidas, mas nenhuma interação? Talvez seus próximos conteúdos possam convidar mais à interação, ou seus seguidores podem não ser exatamente seu público alvo, e recebem mensagens que não lhes cabem. Em ambos os casos, é importante testar novas abordagens para ver os resultados.
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Precisamos engajar os fiéis descobrindo o que eles gostam de ver
Comunicar através das mídias digitais significa que seu conteúdo estará concorrendo pela atenção do fiel com muitas outras postagens. Por isso, entender o perfil e os gostos da comunidade é importante para que sua mensagem seja mais atrativa.
Tem dúvidas em como fazer isso? Algumas investigações podem ajudá-lo neste raciocínio. Visite os perfis de algumas pessoas que seguem sua página ou perfil. Eles compartilham memes, mensagens inspiradoras, vídeos ou fotos?
Fazendo esse procedimento com seguidores jovens, de meia idade e da melhor idade você terá mais chance de notar padrões que possam dar uma dica de quais conteúdos esses grupos gostariam de receber da sua instituição.
Outra coisa que você deve se perguntar é em relação às melhores mídias para usar com cada público. Para uma comunicação focada nos jovens, você pode usar redes sociais, vídeos e site a vontade. No caso de pessoas de meia idade essas mídias também são familiares.
Já no caso de pessoas na melhor idade o ideal são mídias pouco complexas, como revistas impressas, ou a utilização materiais em áudio com distribuição em um grupo no WhatsApp, ou ainda em uma lista de distribuição, por exemplo.
Invista tempo em conteúdo relevante
Produzir conteúdos que as pessoas vão se interessar leva tempo e planejamento, o que impacta diretamente no esforço para produzi-lo. Por outro lado, defendemos na Parresia que vale a pena esforçar-se para podermos colher os resultados de um bom conteúdo, e argumentamos assim pelo seguinte raciocínio:
Conteúdos “feijão com arroz”
- Também requerem algum esforço, apesar de menor em comparação ao planejamento de conteúdos de valor. E se ele já requer esforço, porque não colocar mais combustível para colher ainda mais resultado?
- Como eles tem um potencial menor de engajar o público, a tendência é que com o tempo seja cada vez mais questionável o esforço investido neles, porque seu retorno é menor;
- Essa experiência abaixo das expectativas bloqueia uma boa utilização das redes sociais por parte dos comunicadores, que pensam “se tenho pouco retorno postando bastante, porque vou ampliar campanhas em redes sociais?”, o que os leva ao ceticismo com o poder das redes.
Conteúdos com alto valor para o público
- Conteúdos que interessam às pessoas fazem com que elas assinem, curtam e continuem acompanhando novas postagens. Isso cria uma ligação importante entre a Pascom que comunica e a comunidade que a assiste;
- Essa abertura construída por conteúdos de valor é importantíssima quando a Igreja promover diferentes campanhas (arrecadação, doações, divulgação de festas, etc), pois o público para elas já está montado, os canais de divulgação já estão familiarizados, e o retorno provavelmente será maior;
- O alcance destes conteúdo é muito maior, já que quando ele toca ou sensibiliza um fiel, é muito provável que ele queira compartilhar isso com sua rede. Seu poder viral é muito maior que um post “feijão com arroz”, o que pode amplificar em muito o retorno do trabalho da Pascom.
Todos nós, comunicadores, já fizemos conteúdos “feijão com arroz” em algum momento, mas esses motivos acima são mais que suficientes para nos convencer a nos voltar para conteúdos de valor, concorda?
Se você tem dificuldades em montar um conteúdo destes, a professora Luciana Serenini compartilhou cinco dicas em sua palestra no Muticom que podem te ajudar, veja!
5 práticas para produzir conteúdos que engajam
Entretenimento: São conteúdos como fotos ou vídeos que as pessoas tendem a compartilhar bastante e se tornar virais. Quem nunca compartilhou um meme?
Inspiracional: Conteúdos com frases motivacionais, tanto em foto quanto em vídeo, que podem compartilhar depoimentos e testemunhos dos fiéis;
Educacional: Estimule a criação de perguntas referentes a sua área de conhecimento e dê respostas, compartilhe dicas curtas, faça vídeos ou lives com formações em áreas da espiritualidade.
As instituições também podem produzir podcasts (programas de conteúdo em áudio) e materiais ricos, como e-Books (materiais em PDF para download).
Diálogos: As pessoas gostam de ser ouvidas, peça conselhos aos seus seguidores, busque a opinião deles, use recursos de enquete, presentes no Instagram e Facebook para isso! No caso de vídeos, leia e responda aos comentários e sugestões, interaja com a comunidade.
Outra coisa que também funciona localmente é criar conexões com outras instituições e chamá-las para esta interação, seja comentando ou participando. Dê voz, imagem e representatividade aos seus colaboradores;
Conexões: Seja real e humano, mostre às pessoas o processo de criação dos materiais (making off), demonstre o dia a dia na sua instituição, use a casualidade para incentivar a identificação em seu público;
Agora é sua vez de engajar os fiéis!
Já está pensando nos conteúdos que sua Pascom vai planejar? Ótimo! Não deixe de acompanhar os resultados a cada vez que sua estratégia mudar, para você e seu time irem entendendo quais caminhos dão mais certo. Dizem por aí que aquilo que não se pode medir não se pode melhorar, e em conteúdos digitais isso é uma grande verdade.
Achou difícil iniciar? Busque ajuda! Com certeza sua instituição possui pessoas que estão familiarizadas com sites e mídias sociais e podem apoiar a comunicação.
Em nosso blog nós já escrevemos posts para ajudá-lo a evangelizar pelas redes sociais, e também já escrevemos materiais ricos que mostram os primeiros passos para organizar a comunicação de sua instituição católica.
Com estes princípios em seu planejamento de conteúdo, garantimos que sua comunicação católica começará a plantar ótimas sementes de engajamento com a comunidade. Não deixe de dividir com a gente os resultados!